A queda para a segunda divisão costuma ser marcada pelo fracasso dentro e/ou fora de campo. No entanto, alguns rebaixamentos já surpreenderam por não apresentar nenhuma dessas características.
Quando clubes de tradição são rebaixados, uma série de fatores é levada em consideração para avaliar os motivos que fizeram com que a temporada não tenha engrenado. Porém, às vezes, explicações teóricas não são suficientes.
Hoje, vamos falar um pouco mais sobre rebaixamentos para a Série B que surpreenderam não apenas os torcedores, mas também quem acompanha o futebol brasileiro todos os dias. Confira abaixo!
Os rebaixamentos para a Série B mais chocantes
Explicar o rebaixamento para a Série B de um grande clube nem sempre é uma tarefa complicada. Geralmente, a equipe vive uma crise dentro ou fora de campo, e os maus resultados no Brasileirão afundam o barco ao longo da temporada.
No entanto, algumas quedas tiveram episódios marcantes para os torcedores. Abaixo, trouxemos quatro rebaixamentos que até hoje são lembrados por aqueles que acompanham o futebol brasileiro.
Cruzeiro (2019)
Prestes a completar 100 anos de história em 2019, o Cruzeiro teve a sua primeira queda para a Série B decretada na última rodada daquele Brasileirão. No Mineirão, o time comandado por Adilson Baptista perdeu para o Palmeiras por 2 a 0 e caiu para a segundona.
A campanha foi ruim desde o começo do ano, e a briga contra a queda era iminente. No entanto, torcedores celestes confiavam na recuperação, pois o elenco contava com jogadores estrelados do gol ao ataque.
Fora de campo, as coisas não iam nada bem. Contas a pagar e escândalos que envolviam dirigentes da gestão da época levaram a Raposa a uma das suas maiores crises de todos os tempos.
Após a queda, o Cruzeiro precisou de três anos na Série B para se reerguer. O processo de reformulação ganhou força com a aquisição da SAF por parte de Ronaldo, e hoje o clube ainda paga contas de um passado sombrio.
Grêmio (2021)
Quando falamos sobre quedas para a segundona, geralmente mencionamos crise financeira, no vestiário ou até mesmo falta de boas opções dentro de campo para resolver as partidas. Nenhum desses casos foi o do Grêmio em 2021.
Após a saída de Renato Gaúcho do comando técnico, o Imortal montou um time estrelado em campo e, em tese, começou o Brasileirão daquele ano cotado como um dos favoritos para brigar no pelotão de frente.
Na prática, nada disso aconteceu. Ao todo, o Grêmio teve quatro técnicos ao longo da temporada: Renato, Felipão, Tiago Nunes e Vagner Mancini, que fechou a Série A com a queda tricolor.
Mesmo com estrelas em campo, como Diego Souza, Maicon e Douglas Costa, o Grêmio chegou na última rodada do Brasileirão precisando vencer. A vitória veio, por 4 a 3 diante do campeão Atlético-MG, mas não evitou a queda tricolor, que foi surpreendente.
Vasco (2015)
Na temporada de 2015, o Vasco passava por mais um daqueles dramas que o seu torcedor conhece bem. A briga contra o rebaixamento já dava sinais desde o começo do ano, quando o time cruzmaltino fez um campeonato estadual abaixo das expectativas.
No Brasileirão daquele ano, a equipe carioca não começou muito bem. Com um primeiro turno fraco, o Gigante da Colina tinha uma missão no returno do campeonato: escapar de um rebaixamento que parecia iminente.
Sob o comando de Jorginho, a equipe reagiu muito bem. Nos últimos 15 jogos, o Vasco virou a chave, engrenou e chegou na última rodada do Brasileirão com chances reais para escapar de mais um rebaixamento. A esperaça, porém, virou frustração no Couto Pereira.
Fora de casa, o Vasco precisava de uma vitória diante do Coritiba, mas não tirou o zero do placar. Com o empate, foi decretada mais uma queda cruzmaltina e uma sensação de que a queda poderia ser evitada.
Santos (2023)
Falar sobre tradição no futebol do Brasil é falar sobre o Santos. Além de ser bicampeão mundial, o clube é conhecido por revelar ao mundo astros do futebol, como é o caso do Rei Pelé.
Com uma das escolas mais poderosas do esporte no país, o Santos nunca havia enfrentado um rebaixamento em seus mais de 111 anos. No entanto, há uma primeira vez para tudo nesse mundo. E com o Peixe não foi diferente.
Na temporada de 2023, a campanha ruim no Paulistão, sem uma classificação às fases finais, já era um péssimo indício. Além disso, os problemas fora de gestão com a gestão de Andrés Rueda aumentavam o pessimismo entre os torcedores.
Mesmo diante de todo esse cenário, não era possível imaginar uma queda alvinegra. Na reta final do campeonato, os santistas ainda confiavam em uma reviravolta, e a última rodada indicava um cenário positivo para o clube.
Era só vencer o Fortaleza na Vila Belmiro. O time de Vojvoda, que havia perdido a final da Copa Sul-Americana, não tinha pretensão na última rodada, mas viu Marinho e Lucero garantirem a vitória por 2 a 1 e carimbarem a surpreendente queda do Santos para a Série B.