Alex: de menino que completava treino a ídolo do Coritiba, Palmeiras e Fenerbahçe

No futebol, há sempre aqueles atletas que marcam época. Cracaços que causaram (e geram) profunda admiração do torcedor e telespectador por saber o que fazer com a bola dentro das quatro linhas. Quem não se lembra, por exemplo, das grandes jogadas e dos golaços de Ronaldindo Gaúcho no Barcelona e de Neymar no Santos ? E esse apreço se intensifica quando o próprio atleta compartilha momentos importantes de sua trajetória com a torcida.

Esse é o caso do ex-meio campista Alexsandro de Souza, ou Alex, cuja a carreira é recheada de diversos gols, homenagens e títulos, iniciada e terminada no Coritiba, mas com participações marcantes em outras equipes neste ínterim. Noutras palavras, o atleta respondeu algumas perguntas dos torcedores do Coxa divulgado no site do time, na última sexta-feira (2), data que marcou 26 temporadas de sua estreia no futebol. Assim, a coluna crônicas e resenhas dessa semana vai falar mais da carreira do excapitão nas principais equipes as quais fez história.

CORITIBA: ESTREIA COM APENAS 17 ANOS

Nascido em 17 de setembro de 1977 em Curitiba, Alex fez seu 1º jogo oficial pelo Coxa-branca contra o Iraty pelo Campeonato Paranaense de 1995. Entretanto, antes de pisar nos gramados enquanto jogador, adquiriu habilidades no futsal a partir dos nove anos. Assim, criou gosto pelo esporte e depois chamou atenção pela aptidão com a pelota nos pés, chutes precisos e dribles curtos. Posteriormente, passou de torcedor, de menino que completava treino, a jogador também graças ao apoio de Paulo Sergio Carpegianni, que o “lançou” no profissional.

A aposta do técnico deu super certo! Já no duelo diante do Iraty aos 17 anos, Alex demonstrou maturidade na estreia. De outra forma, fez jogadas e gols importantes que ajudaram a equipe a venceu por 3 x 1. A partir daí, o Menino de Ouro, como ficaria conhecido depois, não parou mais de se destacar em campo. Assim sendo, ficou mais dois anos no Coxa e neste tempo foi eleito o melhor jovem jogador do paranaense de 1995, de 1996 com mais assistências, e também de 1997.

CORITIBA NA ELITE DO BRASILEIRÃO

Aliás, nessa última temporada, o canhoto foi crucial para o retorno do Coritiba à 1ª divisão do Campeonato Brasileiro. Especialmente na partida contra o rival Athletico-PR, quando abriu a contagem para a vitória por 3 x 0. Ademais, ainda deu assistência para o gol de Auri e viu Pachequinho ampliar e decretar o triunfo. Muita festa no estádio Couto Pereira e acesso da equipe garantido, apesar de ter pedido o título na final para o Paraná.

A saber, nessa 1ª passagem pelo Coritiba, Alex fez 24 partidas e balançou a rede 28 vezes. Deu um até logo à torcida verde e branca que viu o destaque de três campeonatos seguidos ir defender as cores do Palmeiras, depois Cruzeiro e Fenerbahçe, antes de retornar finalmente a equipe em 2014 para encerrar sua carreira.

BRILHO NO PALMEIRAS E PASSAGEM RÁPIDA PELO CRUZEIRO

Na equipe paulista, o curitibano também marcou época e conquistou vários títulos a ponto de se tornar ídolo, pelo menos, para parte da torcida. O torcedor alviverde que acompanhou o grupo da Era Parmalat na década de 90, composta por diversos craques, certamente lembra das atuações de Alex. Quem não se recorda do gol de cobertura no clássico contra o São Paulo há 19 anos, no torneio Rio-São Paulo, em março de 2002? O meia chapelou dois adversários, sendo o último Rogério Ceni, e fez um gol histórico na vitória do Verdão por 4 x 2 em pleno Morumbi.

Outro momento memorável ocorreu na Libertadores de 1999 quando marcou dois gols de placa e eliminou o rival Corinthians, sagrando-se campeão da competição na final contra o Deportivo Cali, nos pênaltis. Mas antes disso, Alex já tinha vivenciado a perda do campeonato brasileiro de 1997 para o Vasco da Gama. Em contrapartida, ganhou a Copa do Brasil e a Copa Mercosul de 1998, marcando gols em todos os confrontos e sendo o artilheiro com seis, nessa última. A saber, ao todo, fez 241 partidas pelo Porco, com 78 gols e 56 passes.

No Cruzeiro, teve duas passagens pelo bem distintas: uma depecionante e outra vitoriosa. Somando as duas, fez 121 jogos e marcou 64 gols, além de 61 assistências. As conquistas marcantes vieram somente na temporada de 2003 quando foi um dos destaques do time que ganhou a Tríplice Coroa. Noutras palaras, levantou a taça do Campeonato Mineiro, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro, sob comando do técnico Vanderley Luxemburgo.

RESTROSPECTO NO FERNEBAHCE E HOMENAGEM

Na Turquia, defendendo o Fernebahçe, Alex construiu um verdadeiro legado de tal forma que uma estátua foi construída pelo clube em sua homenagem. O jogador esteve no local em 15 de semtembro de 2012 e se emocionou bastante em forma de agradecimento. Em campo, foram oito anos impressionando a torcida com gols antológicos, em sua maioria, de boa parada com a perna esquerda. Contudo, arriscava às vezes com a destra e tinha sucesso. À vista disso, ajudou o Fener a conquistar vários troféus da Liga Turca e da SuperLiga de 2004 até 2009. Além disso, se tornou o 2º maior artilheiro do time na liga, com 378 jogos, 185 gols e162 assistências.

RETORNO AO CORITIBA E ANÚNCIO DA APOSENTADORIA

Alex retornou ao futebol nacional em 12 de maio de 2013. Mesmo com interesses de Palmeiras e Cruzeiro, escolhou voltar ao clube que o revelou com a missão de conquistar o estadual pela equipe e depois se aposentar. Quando pisou no Couto Pereira, cerca de 10 mil torcedores estavam presentes e para receber o eterno ídolo.

Em campo, novamente  respondeu a altura do carinho recebido. Dito de outra forma, faturou o estadual em cima do Athletico-PR na final, marcando dois gols na vitória por 3 x1 de virada. Além disso, recebeu chuteira de ouro porque foi escolhido o craque do torneio.

Em 07 de dezembro de 2014, o meio campista fez seu jogo de despedida pelo contra o Bahia pelo Brasileirão. Depois, anunciou aposentadoria em sua conta nas redes sociais. Em sua carta de despedida, agradeceu tudo o que viveu em cada equipe que passou,  pelo aprendizado e família e desafetos que construiu ao longo da carreira. Em 19 anos de futebol, ao todo fez 1035 jogos, com 422 gols e 18 títulos. Is to é, uma carreira e um jogador para entrar para a história. Por fim, o ex- jogador decidiu ser treinador em 2021 e vai treinar o time sub-20 do São Paulo.

Foto destaque: Reprodução/Getty Images

Eric Filardi
Eric Filardi

Sou Eric Filardi, paulistano de 28 anos, criado em Taboão da Serra, jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e apaixonado por futebol. Como todo jornalista amo escrever. Como todo brasileiro amo futebol. Tenho meu clube e minhas preferências, mas viso o profissionalismo e a imparcialidade, sem deixar de lado a criatividade. Sou Tricolor, Peixe, Palestra e Timão. Sou da Colina, Glorioso, Flu e Mengão. Sou brasileiro, hermano, francês e italiano. Sou Ghiggia, Paolo Rossi, Caniggia e Zidane. Sou Alemanha dos 7 x 1, mas que o povo não se engane. Também sou Ronaldo, Romário, Zico, Garrincha e Pelé. Sou Bundesliga, MLS, Eredivisie e Premier. Sou das várzeas e dos terrões. Sou Clássico das Multidões. Sou Sul, Nordeste, Amazônia e Pantanal. Sou Galo, Raposa, Bavi e Grenal. Sou Ásia e África. Sou Barça e Real. Sou as Américas, a Europa, sou o mundo em geral. Sou a festa nas arquibancadas que o estádio incendeia: sou Futebol na Veia.

Articles: 1498
Segundona Brasil by FNVSports > Blog > Brasileirão Série B > Alex: de menino que completava treino a ídolo do Coritiba, Palmeiras e Fenerbahçe